Nos dias atuais, o que tem de testa oleosa que se intitula mente brilhante não está no gibi. Desenvolvo treinamentos comportamentais nas empresas e, por meio de experiências vivenciais, é o que mais vejo se revelar.
A cada nova sessão de treinamento, encontro profissionais que chegam cheios de confiança e autoproclamações. Eles se apresentam como visionários, como líderes naturais, mas, ao enfrentarem as dinâmicas e desafios reais propostos nas atividades, a verdade muitas vezes aparece. A superfície brilhante e bem cuidada da imagem pessoal não consegue esconder a falta de habilidades práticas e a fragilidade emocional diante de situações de pressão.
É curioso observar como a cultura corporativa atual valoriza tanto a autopromoção. Estamos rodeados por discursos de excelência, de mentes supostamente brilhantes, mas que, na prática, deixam a desejar. A vaidade e o marketing pessoal parecem ter tomado o lugar da competência genuína, criando um cenário onde a aparência muitas vezes sobrepõe a substância.
No entanto, as experiências vivenciais que utilizamos nos treinamentos são poderosas para revelar a verdade. Quando colocamos esses profissionais em situações que exigem colaboração, criatividade e resiliência, a máscara cai. Muitos daqueles que se vangloriavam de suas capacidades demonstram insegurança, incapacidade de lidar com críticas ou dificuldades em trabalhar em equipe. E, por outro lado, aqueles que não se destacavam tanto pelo discurso acabam mostrando um potencial e uma competência que surpreendem a todos.
Esses treinamentos têm um papel crucial não apenas no desenvolvimento individual, mas também na criação de um ambiente corporativo mais autêntico e eficaz. Eles nos ensinam a olhar além da superfície, a valorizar mais a ação do que o discurso, e a reconhecer que a verdadeira “mente brilhante” é aquela que, além de saber se apresentar bem, é capaz de enfrentar e superar desafios de forma colaborativa e inovadora.
Portanto, ao final de cada treinamento, fica a lição de que o brilho verdadeiro não está na oleosidade da testa ou nas palavras bem escolhidas, mas na capacidade de agir com competência, ética e autenticidade. E é essa a verdadeira essência que buscamos cultivar nas empresas, promovendo um ambiente onde a verdade e a substância prevaleçam sobre a superficialidade.
